segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Pontuação


1.    O que é cada sinal de pontuação?

Vírgula: Tem como função indicar uma pausa e separar membros constituintes de uma frase

a)    Emprega-se a vírgula para separar palavras, ou oração justapostas assindéticas;

A mobília, os utensílios domésticos, os pertences de toda a família, tudo foi levado para a nova casa.
As moças saíram, dançaram, namoraram e voltaram.

b)    Para se separar vocativos;
Veja, João, os trabalhadores já concluíram a obra.
c)    Para separar vocativo para separar opostos e certos predicativos;
Pedro das Coves, homem dado a cantorias em finais de semana, resolveu criar juízo.
Rápido e atento, o garçom servia a todos.
d)    Para separar oração intercalas e outras de caráter explicativo;
Conforme indicam as pistas, eles rumaram para o norte.
O salário-mínimo, declarou o presidente, não terá aumento neste ano.
O homem, como alguns o consideram, é o único animal racional.
Pelo que me disseram, ela chegou embriagada esta manhã.
e)    Para separar certas expressões explicativas, ou retificativas;
O equilíbrio do relacionamento, isto é, a harmonia, é o maior problema dos casais de hoje.
Se ele ligar, diga que estou no banho, ou melhor, diga que já saí
.
f)     Para separar orações adverbiais desenvolvidas;
Depois que o chefe saía, os funcionários iam para a internet.

g)    Para separar adjuntos adverbiais;
a.    é exigido nos de longa duração:
A ortografia, lentamente, desde que a escrita se formou, vem sendo modificada.
Lá pelos idos dos inesquecíveis anos cinquentas, ocorreram as mais expressivas descobertas científicas.
b.    é dispensável nos de breve duração:
No campo a vida é mais agradável.

h)   Para indicar a elipse de um verbo ou  termo mais extenso;
Eu comprei um carro. Ela, uma moto.
Tem dias que sinto vontade de esganá-la; noutros, de amá-la.
i)     Para separar certas conjunções pospositivas, como, contudo, entretanto, pois, porém, portanto etc.;
Disseram-me, porém, que ela já havia saído.
Anuncie, pois, a palavra de Jesus a toda criatura.
Aqueles que estudarem esta lição, portanto, não vacilarão no uso da vírgula.
j)      Para separar os elementos paralelos de um provérbio;
Casa de ferreiro, espeto de pau.
Verão bem trabalhado, inverno tranquilo.
k)    Para se separar termos que desejamos realçar;
Um grande amor, todos já o viveram na imaginação.

NÃO SE ADMITE O USO DA VÍRGULA:
  1. Entre o sujeito e o seu verbo, desde que entre eles não ocorra termo ou oração com valor de adjunto:
    Meu corpo começou a tremer. (Sem uso da vírgula, pois não há elemento intercalado entre o sujeito e o verbo).
    Meu corpo começou a tremer por causa do frio.
    Meu corpo, por causa do frio, começou a tremer. (O uso da vírgula ocorre devido à presença do adjunto por causa do frio intercalado entre o sujeito e o verbo.)
    Os animais voltaram a viver normalmente depois que os caçadores foram embora.
    Os animais, depois que os caçadores foram embora, voltaram a viver normalmente.
Cuidado! Há questões traiçoeiras que trazem somente uma vírgula, quando ocorre adjunto, tentando causar confusão:
Entre o sujeito e o verbo, quando juntos não se aceita o uso da vírgula. (ERRADO! )
Entre o sujeito e o verbo, quando juntos, não se aceita o uso da vírgula. (CORRETO!)
  1. Entre o verbo e seus complementos, desde que, como no caso acima, não haja elemento intercalado:

Carlos disse à namorada que a amava eternamente.
Dei um relógio de presente ao meu sobrinho pela sua formatura em Letras.
  1. Antes de oração adverbial consecutiva, como:

Ela dançou tanto que chegou a perder o salto do sapato



Ponto e Vírgula: É um caractere utilizado pela gramática para separar orações.
Denota uma pausa mais sensível que a vírgula para separar orações coordenadas de certa extensão; Para separar os considerados de um decreto, sentença, petição, etc.
  1. Recorre-se ao uso do ponto-e-vírgula para separar itens de uma lista:
    Os fundamentos da República Federativa do Brasil são:

    1. a soberania;
    2. a cidadania;
    3. a dignidade da pessoa humana;
    4. os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
    5. o pluralismo político.

  1. Dá-se o uso do ponto-e-vírgula para separar considerando:

O Conselho Executivo da Associação dos Moradores de Amargosa, no uso de suas atribuições, tendo em vista o disposto no artigo 1º do seu estatuto;
considerando a decisão proferida na reunião geral de 30/4/2009;
considerando a necessidade de ampliar seu quadro social;
considerando que a disposição estatutária faculta a este Conselho a decisão do aumento do quadro de associados;

. . .
  1. Faz-se uso do ponto-e-vírgula para separar orações coordenadas extensas:

O motorista conduziu o velho ônibus repleto de religiosos ruidosos; suas rezas, contudo, tiveram que ser feitas em voz baixa.
Dois Pontos:. Indicam um prenúncio, comunicam que se aproxima um enunciado. Correspondem a uma pausa breve da linguagem oral e a uma entoação descendente (ao contrário da entoação ascendente da pergunta). Anunciam: ou uma citação, ou uma enumeração, ou um esclarecimento, ou uma síntese do que se acabou de dizer.

Emprega-se este sinal de pontuação:
1)    Para anunciar a fala dos personagens nas histórias de ficção:
a.    “O baixinho retornou o leme, dizendo:
b.    - Olha, menino, veja a Bahia.” (Adonias Filho)
c.    “Ouvindo, passos no corredor, abaixei a voz:
d.    - Podemos avisar sua tia, não?”(Graciliano Ramos)
2)    Antes de uma citação:
a.    “Repetia as palavras do pai: O mundo, sem a sela, será triste e  mau.” (Adonias Filho)
b.    Bem diz o ditado: Vem ou ventura, pouco dura.
c.    “O pessoal do extremo norte tem um slogan: Amazônia também é Brasil”(Raquel de Queiroz)
3)    Antes de certos apostos, principalmente nas enumerações:

Tudo ameaça as plantações: vento, enchentes, geadas, insetos daninhos, bichos, etc.
Duas coisas lhe davam superioridade: o saber e o prestígio.
Existem na esgrima três modalidades de armas: florete, sabre e espada.
4)    Antes de orações das guerras é esta: os homens se esquecem do Decálogo.
“Só ponho uma condição: vai almoçar comigo”. (Carlos de Laet)
“É triste dizer: o velho ás vezes se embriagava”. (Autran Dourado) 
5)    Para indicar um esclarecimento, um resultado ou resumo do que se disse:
“Mas padre Anselmo era assim mesmo: amigo dos pobres.” (João Clímaco Bezerra)
“Guardo o mundo na mão: não sei se sou feliz.” (Cabral do Nascimento)
“Afinal a casa não caíra do céu por descuido: fora construída pelo major.” (Graciliano Ramos)
“ Resultado: no fim de algum tempo o que se chama ¨dinheiro no Banco¨. “(C. Drummond de Andrade)
“Em resumo: saí com 0,29 centavos no bolso, um tanto confuso.”
(C. Drummond de Andrade)

Ponto Final : Usado para indicar o final de um período, marcando uma pausa absoluta.
1)    Emprega-se, principalmente, para fechar o  período:
“Mestre Vitorino morava no mar.” (Adonias Filho)
2)    Usa-se também nas abreviaturas:
Sr. (senhor), a.C. (antes de Cristo), pág. (página), P.S. (post scriptum), etc.
            Ponto de interrogação: Ele tem a função de induzir o leitor a entoar a frase em que ele é colocado como uma pergunta ou uma dúvida.
1)    Usa-se no fim de uma palavra, oração ou frase, para indicar pergunta direta, que se faz com entonação ascendente :
“ – Aonde? Pergunta Dona Plácida.” ( Machado de Assis)
“Não estás farto do espetáculo e da luta? (Machado de Assis)
“- Que vai fazer V. Ex.ª? tornou Calisto.” ( C. Castelo Branco)
“- Que tem isso? Perguntava-lhe eu.”(Machado de Assis)
“Caça é coisa para homem, não é, César?” Antonio Olinto)
2)    Aparece, às vezes, no fim de uma pergunta intercalada, que pode, ao mesmo tempo, estar entre parênteses:
“A imprensa (quem o contesta?) é o mais poderoso maio que se tem inventado para a divulgação do pensamento.” (Carlos de Laet)

Outras vezes combina-se com o ponto admirativo ou as reticências:
“-A mim?! Que idéia!” ( C. Castelo Branco)
“Virgília?Mas então era a mesma senhora que alguns anos depois...?”(Machado de Assis)

Observação:
Não se usa o ponto interrogativo nas perguntas indiretas: Dize-me o que tens. Desejo saber quem vai.Perguntei quem era.


Ponto de exclamação: Que tem natureza eminentemente literária, e deve ser usado em textos jornalísticos parcimoniosamente.

1)    Usam-se depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas, que se proferem com entonação descendente, exprimindo surpresa, espanto, susto, indignação, piedade, ordem, súplica, etc.

“-Céus! Que injustiça!” (C. Castelo Branco)
“-Nunca! Gemeu o enfermo” (Machado de Assis)
“Coitada de Dona Plácida!” (Machado de Assis)
“Ah! Mísero demente! O teu tesouro é falso!” (Otávio Bilac)
“Suspendam o interrogatório!” (Érico Veríssimo)
“- Um automóvel! Depressa! Depressa! “(Fernando Namora)

2)    Substitui a vírgula depois de um vocativo enfático:
“Colombo! Fecha a porta dos teus mares!” (Castro Alves)
            Reticências: São, na escrita, a sequência de três pontos (sinal gráfico: ) no fim, no início ou no meio de uma frase. A utilização deste género de pontuação indica um pensamento ou ideia que ficou por terminar e que transmite, por parte de quem exprime esse conteúdo, reticência, omissão de algo que podia ser escrito, mas que não é.
1)    As reticências (...) são usadas, principalmente:
Para indicar suspensão  ou interrupção do pensamento, ou ainda, corte da frase de um personagem pelo interlocutor, nos diálogos:
“-Mas essa cruz, observei eu, não me disseste que teu pai que ...” (Machado de Assis)
“-A instrução é indispensável, a instrução é uma chave, a senhora não concorda, dona Madalena?
- Quem se habitua aos livros...
-E não habituar-se, interrompi.”(Graciliano Ramos)
2) No meio do período, para indicar certa hesitação ou breve interrupção   do pensamento:
“- Porque... não sei porque... porque é a minha sina ...”
(Malu de Ouro Preto)
“-Ao contrário, se é amigo dele ...peço-lhe que o distraia ...”que...”           (Machado de Assis)
3)No fim de um período, gramaticamente completo, para sugerir certo prolongamento completo, para sugerir certo prolongamento da idéia:
“Na terra os homens sonham, os homens vivem sonhando ... “(Malu de Ouro Preto)
“Ninguém... A estrada, ampla e silente,
Sem caminhantes adormece ...”(Olavo Bilac)
4)Para sugerir movimento ou a continuação de um fato:
“E o pingo d¨àgua continua...¨ ( Olegário Mariano)                                        “E a vida passa... efêmera e vazia.” (Raul de Leoni)                                                         
 5)Para indicar chamamento ou interpelação, em lugar do ponto interrogativo:                                                                                                           

“-Seu Pilar...  murmurou ele daí a alguns minutos.                                        - Que é?” ( Machado de Assis)                                                           
            6)Para sinal supressão de palavra(s) numa frase transcrita:                                               “... o chefe dos pescadores... se arroja nas ondas... “ (José de Alencar)            Observação:
As reticências e o ponto de exclamação, sinais gráficos subjetivos de grande poder de sugestão e ricos em matizes metódicos, são ótimos auxiliares da linguagem afetiva e poética. Seu uso, porém, é antes arbitrário, pois depende do estado emotivo do escritor.                                        
            Parênteses: É uma palavra, expressão ou frase que se interpõe num texto para adicionar informação, normalmente explicativa, mas não essencial. A característica fundamental dos parênteses é não afetar a estrutura sintática do período em que é inserido.
Usa-se para isolar palavras, locuções ou frases intercaladas no período, com caráter explicativo, as quais são proferidas em tom mais baixo:                 “O Cristianismo ( escreveu Chateaubriand) inventou o órgão e fez suspirar o bronze.” (Carlos de Laet)                                                                        “Mas o tempo(e é outro ponto em que eu espero a indulgência dos homens pensadores!), o tempo caleja a sensibilidade... “( Machado de Assis)                                                                                                                       Às vezes substituem a vírgula ou o travessão:                                                “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo                                                                        Perdeste o senso! ... “(Olavo Bilac)                                                                             
Travessão:           É um sinal de pontuação que serve para indicar mudança de interlocutor e para isolar palavras, frases ou expressões parentéticas, semelhante ao parêntese.
                   O Travessão (-) é traço maior que o hífen e usa-se:                          
1)Nos diálogos, para indicar mudança de interlocutor, ou, simplesmente, início da fala de um personagem:                                  
“-Você é daqui mesmo? Perguntei.                                                                                 -Sou, sim senhor, respondeu o garoto.” (Aníbal Machado)                                      2) Para separar expressões ou frases explicativas ou apositivas:                          “Berço de um mundo novo – o promontório dorme.”( Olavo Bilac)                           “E logo me apresentou à mulher, - uma estimável senhora – e a filha,      ”( Machado de Assis)                                                                                                 3)Para isolar palavras ou orações que se quer realçar ou enfatizar:                       “Acresce que chovia – peneirava – uma chuvinha miúda, triste e constante... “(Machado de Assis)                                                                              “O obelisco aponta aos mortais as coisas mais altas: o céu, a Lua, o sal, as estrelas, - Deus.” (Manuel Bandeira)                                                                         4)Para ligar palavras em cadeia de itinerário:                                                              A via férrea São Paulo – Sorocaba.                                                                    A linha aérea Brasil – Estados Unidos.                                                              A estrada Belém-Brasília.                                                                                               
O travessão às vezes substitui os parênteses e mesmo a vírgula e os dois pontos:                                                                                                                                 “Uma das glórias – e tantas são elas! – da Ordem Beneditina no Brasil, é D. Frei Antônio do Desterro.” ( Carlos de Laet)                                       “O que o colono do Maranhão pretendia era isto – fazer entradas livres.”(Carlos de Laet)                                                                                                “Mas eis – corre-se então nívea cortina.” (Cruz e Souza)                                             
Aspas: As aspas ou vírgulas dobradas são sinais de pontuação usados para realçar certa parte de um texto.
         Usam-se antes e depois de uma citação textual (palavra, expressão, frase ou trecho):                                                                                                           Disse Apeles ao sapateiro que o criticara: “Sapateiro, não passes além da sandália!”                                                                                                                 “Proletários, uni-vos.” Isto era escrito sem vírgula e  sem traço, a piche.(Graciliano Ramos)                                                                                                  “A bomba não tem endereço certo.” (Cecília Meireles)                                         
Costuma-se aspear expressões ou conceitos que se deseja pôr em evidência:                                                                                                     Miguel Ângelo, “o homem das três almas”, ...(Carlos de Laet)                             Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo.” (Machado de Assis)                                                                                                 Põem-se entre aspas ou, então, grifam-se palavras estrangeiras ou termos da gíria, títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, enfim, toda expressão que deve ser destacada:                                                                   ...ao som dessa horrenda música denominada ‘jazz-band”...(Carlos de Laet)                                                                                                                             Vem cá, chiquito, não sejas assim desconfiado comigo... (Machado de Assis)                                                                                                                    Assim me contou o “tira”... (Aníbal Machado)  
O “Liberdade” nunca foi o que ora se chama uma folha “amarela”(Carlos de Leat)
Colchetes:  Colchete, ou parêntese reto, é um símbolo utilizado na língua portuguesa, na matemática e também na informática. Em alguns casos, os parênteses têm maior precedência do que os colchetes, noutros casos a precedência é igual.Também serve para as linguagem cientifica.Também quando se deseja inserir,colocar uma reflexão.                                                                            
Os colchetes ( [ ] )têm a mesma finalidade que os parênteses; todavia, seu uso se restringe aos escritos de cunho didático, filosófico, científico:                        “Luzente. [Do lat. Lucente.] Adj. 2 g.:Que luz ou brilha.”(Novo Dicionário Aurélio)                                                                                                              “Cada um colhe [ conforme semeia].” (A. da Gama Kury)                                         Na transcrição de um texto, indicam inclusão de palavra(s):                                “O [peixe] do meio trazia uma concha na boca ...” (Novo Dicionário Aurélio, verbete lhe)                    
Asterisco:                                                                              
O asterisco (*), palavra que significa estrelinha, é usado;                               1)Para remeter a uma nota ou explicação ao pé da página ou no fim de um capítulo;                                                                                                         2)Nos dicionários e enciclopédias, para remeter a um verbete;                     3)No lugar de um nome próprio que não se quer mencionar: o Dr. *, o jornal ***.
         Parágrafo: É uma unidade auto-suficiente de um discurso, na escrita, que lida com um ponto de vista ou ideia particular. O início de um parágrafo é indicado iniciando-se numa nova linha; por vezes, esta primeira linha é indentada; por vezes ela é indentada sem que se inicie uma nova linha. Ocasionalmente o início de um parágrafo é indicado através de um pé-de-mosca: ¶.
Um parágrafo consiste tipicamente de uma ideia, pensamento ou ponto principal que o unifica, acompanhado por detalhes que o complementam. Um parágrafo de não-ficção costuma se iniciar com algo mais geral e avança rumo aos específicos, de maneira a propor um argumento ou ponto de vista. Cada parágrafo constroi sobre o que veio antes, e prepara para o que vem adiante, e pode consistir de uma ou mais orações. Quando o diálogo é citado em obras de ficção, um novo parágrafo é usado cada vez que há uma mudança da pessoa que está sendo citada.

Representa-se com o sinal (§) e serve para indicar um parágrafo de um texto ou artigo de lei.                                                                                                 
REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática – da Língua Portuguesa. 35ªedicão; Ed Nacional.São Paulo-1992.p 62-70.          
Textos disponíveis também em:

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