1. O que é cada sinal de pontuação?
Vírgula: Tem como função indicar uma pausa e separar membros constituintes de uma frase
a) Emprega-se a vírgula para separar palavras, ou oração justapostas assindéticas;
A mobília, os utensílios domésticos, os pertences de toda a família, tudo foi levado para a nova casa.
As moças saíram, dançaram, namoraram e voltaram.
As moças saíram, dançaram, namoraram e voltaram.
b) Para se separar vocativos;
Veja, João, os trabalhadores já concluíram a obra.
c) Para separar vocativo para separar opostos e certos predicativos;
Pedro das Coves, homem dado a cantorias em finais de semana, resolveu criar juízo.
Rápido e atento, o garçom servia a todos.
Rápido e atento, o garçom servia a todos.
d) Para separar oração intercalas e outras de caráter explicativo;
Conforme indicam as pistas, eles rumaram para o norte.
O salário-mínimo, declarou o presidente, não terá aumento neste ano.
O homem, como alguns o consideram, é o único animal racional.
Pelo que me disseram, ela chegou embriagada esta manhã.
O salário-mínimo, declarou o presidente, não terá aumento neste ano.
O homem, como alguns o consideram, é o único animal racional.
Pelo que me disseram, ela chegou embriagada esta manhã.
e) Para separar certas expressões explicativas, ou retificativas;
O equilíbrio do relacionamento, isto é, a harmonia, é o maior problema dos casais de hoje.
Se ele ligar, diga que estou no banho, ou melhor, diga que já saí.
Se ele ligar, diga que estou no banho, ou melhor, diga que já saí.
f) Para separar orações adverbiais desenvolvidas;
Depois que o chefe saía, os funcionários iam para a internet.
g) Para separar adjuntos adverbiais;
a. é exigido nos de longa duração:
A ortografia, lentamente, desde que a escrita se formou, vem sendo modificada.
Lá pelos idos dos inesquecíveis anos cinquentas, ocorreram as mais expressivas descobertas científicas.
A ortografia, lentamente, desde que a escrita se formou, vem sendo modificada.
Lá pelos idos dos inesquecíveis anos cinquentas, ocorreram as mais expressivas descobertas científicas.
b. é dispensável nos de breve duração:
No campo a vida é mais agradável.
No campo a vida é mais agradável.
h) Para indicar a elipse de um verbo ou termo mais extenso;
Eu comprei um carro. Ela, uma moto.
Tem dias que sinto vontade de esganá-la; noutros, de amá-la.
Tem dias que sinto vontade de esganá-la; noutros, de amá-la.
i) Para separar certas conjunções pospositivas, como, contudo, entretanto, pois, porém, portanto etc.;
Disseram-me, porém, que ela já havia saído.
Anuncie, pois, a palavra de Jesus a toda criatura.
Aqueles que estudarem esta lição, portanto, não vacilarão no uso da vírgula.
Anuncie, pois, a palavra de Jesus a toda criatura.
Aqueles que estudarem esta lição, portanto, não vacilarão no uso da vírgula.
j) Para separar os elementos paralelos de um provérbio;
Casa de ferreiro, espeto de pau.
Verão bem trabalhado, inverno tranquilo.
Verão bem trabalhado, inverno tranquilo.
k) Para se separar termos que desejamos realçar;
Um grande amor, todos já o viveram na imaginação.
NÃO SE ADMITE O USO DA VÍRGULA:
- Entre o sujeito e o seu verbo, desde que entre eles não ocorra termo ou oração com valor de adjunto:
Meu corpo começou a tremer. (Sem uso da vírgula, pois não há elemento intercalado entre o sujeito e o verbo).
Meu corpo começou a tremer por causa do frio.
Meu corpo, por causa do frio, começou a tremer. (O uso da vírgula ocorre devido à presença do adjunto por causa do frio intercalado entre o sujeito e o verbo.)
Os animais voltaram a viver normalmente depois que os caçadores foram embora.
Os animais, depois que os caçadores foram embora, voltaram a viver normalmente.
Cuidado! Há questões traiçoeiras que trazem somente uma vírgula, quando ocorre adjunto, tentando causar confusão:
Entre o sujeito e o verbo, quando juntos não se aceita o uso da vírgula. (ERRADO! )
Entre o sujeito e o verbo, quando juntos, não se aceita o uso da vírgula. (CORRETO!)
Entre o sujeito e o verbo, quando juntos não se aceita o uso da vírgula. (ERRADO! )
Entre o sujeito e o verbo, quando juntos, não se aceita o uso da vírgula. (CORRETO!)
- Entre o verbo e seus complementos, desde que, como no caso acima, não haja elemento intercalado:
Carlos disse à namorada que a amava eternamente.
Dei um relógio de presente ao meu sobrinho pela sua formatura em Letras.
- Antes de oração adverbial consecutiva, como:
Ela dançou tanto que chegou a perder o salto do sapato
Denota uma pausa mais sensível que a vírgula para separar orações coordenadas de certa extensão; Para separar os considerados de um decreto, sentença, petição, etc.
- Recorre-se ao uso do ponto-e-vírgula para separar itens de uma lista:
Os fundamentos da República Federativa do Brasil são:
- a soberania;
- a cidadania;
- a dignidade da pessoa humana;
- os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
- o pluralismo político.
- Dá-se o uso do ponto-e-vírgula para separar considerando:
O Conselho Executivo da Associação dos Moradores de Amargosa, no uso de suas atribuições, tendo em vista o disposto no artigo 1º do seu estatuto;
considerando a decisão proferida na reunião geral de 30/4/2009;
considerando a necessidade de ampliar seu quadro social;
considerando que a disposição estatutária faculta a este Conselho a decisão do aumento do quadro de associados;
. . .
- Faz-se uso do ponto-e-vírgula para separar orações coordenadas extensas:
O motorista conduziu o velho ônibus repleto de religiosos ruidosos; suas rezas, contudo, tiveram que ser feitas em voz baixa.
Emprega-se este sinal de pontuação:
1) Para anunciar a fala dos personagens nas histórias de ficção:
a. “O baixinho retornou o leme, dizendo:
b. - Olha, menino, veja a Bahia.” (Adonias Filho)
c. “Ouvindo, passos no corredor, abaixei a voz:
d. - Podemos avisar sua tia, não?”(Graciliano Ramos)
2) Antes de uma citação:
a. “Repetia as palavras do pai: O mundo, sem a sela, será triste e mau.” (Adonias Filho)
b. Bem diz o ditado: Vem ou ventura, pouco dura.
c. “O pessoal do extremo norte tem um slogan: Amazônia também é Brasil”(Raquel de Queiroz)
3) Antes de certos apostos, principalmente nas enumerações:
Tudo ameaça as plantações: vento, enchentes, geadas, insetos daninhos, bichos, etc.
Duas coisas lhe davam superioridade: o saber e o prestígio.
Existem na esgrima três modalidades de armas: florete, sabre e espada.
4) Antes de orações das guerras é esta: os homens se esquecem do Decálogo.
“Só ponho uma condição: vai almoçar comigo”. (Carlos de Laet)
“É triste dizer: o velho ás vezes se embriagava”. (Autran Dourado)
5) Para indicar um esclarecimento, um resultado ou resumo do que se disse:
“Mas padre Anselmo era assim mesmo: amigo dos pobres.” (João Clímaco Bezerra)
“Guardo o mundo na mão: não sei se sou feliz.” (Cabral do Nascimento)
“Afinal a casa não caíra do céu por descuido: fora construída pelo major.” (Graciliano Ramos)
“ Resultado: no fim de algum tempo o que se chama ¨dinheiro no Banco¨. “(C. Drummond de Andrade)
“Em resumo: saí com 0,29 centavos no bolso, um tanto confuso.”
(C. Drummond de Andrade)
1) Emprega-se, principalmente, para fechar o período:
“Mestre Vitorino morava no mar.” (Adonias Filho)
2) Usa-se também nas abreviaturas:
Sr. (senhor), a.C. (antes de Cristo), pág. (página), P.S. (post scriptum), etc.
Ponto de interrogação: Ele tem a função de induzir o leitor a entoar a frase em que ele é colocado como uma pergunta ou uma dúvida.1) Usa-se no fim de uma palavra, oração ou frase, para indicar pergunta direta, que se faz com entonação ascendente :
“ – Aonde? Pergunta Dona Plácida.” ( Machado de Assis)
“Não estás farto do espetáculo e da luta? (Machado de Assis)
“- Que vai fazer V. Ex.ª? tornou Calisto.” ( C. Castelo Branco)
“- Que tem isso? Perguntava-lhe eu.”(Machado de Assis)
“Caça é coisa para homem, não é, César?” Antonio Olinto)
2) Aparece, às vezes, no fim de uma pergunta intercalada, que pode, ao mesmo tempo, estar entre parênteses:
“A imprensa (quem o contesta?) é o mais poderoso maio que se tem inventado para a divulgação do pensamento.” (Carlos de Laet)
Outras vezes combina-se com o ponto admirativo ou as reticências:
“-A mim?! Que idéia!” ( C. Castelo Branco)
“Virgília?Mas então era a mesma senhora que alguns anos depois...?”(Machado de Assis)
Observação:
Não se usa o ponto interrogativo nas perguntas indiretas: Dize-me o que tens. Desejo saber quem vai.Perguntei quem era.
Ponto de exclamação: Que tem natureza eminentemente literária, e deve ser usado em textos jornalísticos parcimoniosamente.
1) Usam-se depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas, que se proferem com entonação descendente, exprimindo surpresa, espanto, susto, indignação, piedade, ordem, súplica, etc.
“-Céus! Que injustiça!” (C. Castelo Branco)
“-Nunca! Gemeu o enfermo” (Machado de Assis)
“Coitada de Dona Plácida!” (Machado de Assis)
“Ah! Mísero demente! O teu tesouro é falso!” (Otávio Bilac)
“Suspendam o interrogatório!” (Érico Veríssimo)
“- Um automóvel! Depressa! Depressa! “(Fernando Namora)
2) Substitui a vírgula depois de um vocativo enfático:
“Colombo! Fecha a porta dos teus mares!” (Castro Alves)
Reticências: São, na escrita, a sequência de três pontos (sinal gráfico: …) no fim, no início ou no meio de uma frase. A utilização deste género de pontuação indica um pensamento ou ideia que ficou por terminar e que transmite, por parte de quem exprime esse conteúdo, reticência, omissão de algo que podia ser escrito, mas que não é.1) As reticências (...) são usadas, principalmente:
Para indicar suspensão ou interrupção do pensamento, ou ainda, corte da frase de um personagem pelo interlocutor, nos diálogos:
“-Mas essa cruz, observei eu, não me disseste que teu pai que ...” (Machado de Assis)
“-A instrução é indispensável, a instrução é uma chave, a senhora não concorda, dona Madalena?
- Quem se habitua aos livros...
-E não habituar-se, interrompi.”(Graciliano Ramos)
2) No meio do período, para indicar certa hesitação ou breve interrupção do pensamento:
“- Porque... não sei porque... porque é a minha sina ...”
(Malu de Ouro Preto)
“-Ao contrário, se é amigo dele ...peço-lhe que o distraia ...”que...” (Machado de Assis)
3)No fim de um período, gramaticamente completo, para sugerir certo prolongamento completo, para sugerir certo prolongamento da idéia:
“Na terra os homens sonham, os homens vivem sonhando ... “(Malu de Ouro Preto)
“Ninguém... A estrada, ampla e silente,
Sem caminhantes adormece ...”(Olavo Bilac)
4)Para sugerir movimento ou a continuação de um fato:
“E o pingo d¨àgua continua...¨ ( Olegário Mariano) “E a vida passa... efêmera e vazia.” (Raul de Leoni)
5)Para indicar chamamento ou interpelação, em lugar do ponto interrogativo:
“-Seu Pilar... murmurou ele daí a alguns minutos. - Que é?” ( Machado de Assis)
6)Para sinal supressão de palavra(s) numa frase transcrita: “... o chefe dos pescadores... se arroja nas ondas... “ (José de Alencar) Observação:
As reticências e o ponto de exclamação, sinais gráficos subjetivos de grande poder de sugestão e ricos em matizes metódicos, são ótimos auxiliares da linguagem afetiva e poética. Seu uso, porém, é antes arbitrário, pois depende do estado emotivo do escritor.
Parênteses: É uma palavra, expressão ou frase que se interpõe num texto para adicionar informação, normalmente explicativa, mas não essencial. A característica fundamental dos parênteses é não afetar a estrutura sintática do período em que é inserido.
Usa-se para isolar palavras, locuções ou frases intercaladas no período, com caráter explicativo, as quais são proferidas em tom mais baixo: “O Cristianismo ( escreveu Chateaubriand) inventou o órgão e fez suspirar o bronze.” (Carlos de Laet) “Mas o tempo(e é outro ponto em que eu espero a indulgência dos homens pensadores!), o tempo caleja a sensibilidade... “( Machado de Assis) Às vezes substituem a vírgula ou o travessão: “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso! ... “(Olavo Bilac)
Travessão: É um sinal de pontuação que serve para indicar mudança de interlocutor e para isolar palavras, frases ou expressões parentéticas, semelhante ao parêntese. O Travessão (-) é traço maior que o hífen e usa-se:
1)Nos diálogos, para indicar mudança de interlocutor, ou, simplesmente, início da fala de um personagem:
“-Você é daqui mesmo? Perguntei. -Sou, sim senhor, respondeu o garoto.” (Aníbal Machado) 2) Para separar expressões ou frases explicativas ou apositivas: “Berço de um mundo novo – o promontório dorme.”( Olavo Bilac) “E logo me apresentou à mulher, - uma estimável senhora – e a filha, ”( Machado de Assis) 3)Para isolar palavras ou orações que se quer realçar ou enfatizar: “Acresce que chovia – peneirava – uma chuvinha miúda, triste e constante... “(Machado de Assis) “O obelisco aponta aos mortais as coisas mais altas: o céu, a Lua, o sal, as estrelas, - Deus.” (Manuel Bandeira) 4)Para ligar palavras em cadeia de itinerário: A via férrea São Paulo – Sorocaba. A linha aérea Brasil – Estados Unidos. A estrada Belém-Brasília.
O travessão às vezes substitui os parênteses e mesmo a vírgula e os dois pontos: “Uma das glórias – e tantas são elas! – da Ordem Beneditina no Brasil, é D. Frei Antônio do Desterro.” ( Carlos de Laet) “O que o colono do Maranhão pretendia era isto – fazer entradas livres.”(Carlos de Laet) “Mas eis – corre-se então nívea cortina.” (Cruz e Souza)
Aspas: As aspas ou vírgulas dobradas são sinais de pontuação usados para realçar certa parte de um texto. Usam-se antes e depois de uma citação textual (palavra, expressão, frase ou trecho): Disse Apeles ao sapateiro que o criticara: “Sapateiro, não passes além da sandália!” “Proletários, uni-vos.” Isto era escrito sem vírgula e sem traço, a piche.(Graciliano Ramos) “A bomba não tem endereço certo.” (Cecília Meireles)
Costuma-se aspear expressões ou conceitos que se deseja pôr em evidência: Miguel Ângelo, “o homem das três almas”, ...(Carlos de Laet) Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo.” (Machado de Assis) Põem-se entre aspas ou, então, grifam-se palavras estrangeiras ou termos da gíria, títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, enfim, toda expressão que deve ser destacada: ...ao som dessa horrenda música denominada ‘jazz-band”...(Carlos de Laet) Vem cá, chiquito, não sejas assim desconfiado comigo... (Machado de Assis) Assim me contou o “tira”... (Aníbal Machado)
O “Liberdade” nunca foi o que ora se chama uma folha “amarela”(Carlos de Leat)
Colchetes: Colchete, ou parêntese reto, é um símbolo utilizado na língua portuguesa, na matemática e também na informática. Em alguns casos, os parênteses têm maior precedência do que os colchetes, noutros casos a precedência é igual.Também serve para as linguagem cientifica.Também quando se deseja inserir,colocar uma reflexão.
Os colchetes ( [ ] )têm a mesma finalidade que os parênteses; todavia, seu uso se restringe aos escritos de cunho didático, filosófico, científico: “Luzente. [Do lat. Lucente.] Adj. 2 g.:Que luz ou brilha.”(Novo Dicionário Aurélio) “Cada um colhe [ conforme semeia].” (A. da Gama Kury) Na transcrição de um texto, indicam inclusão de palavra(s): “O [peixe] do meio trazia uma concha na boca ...” (Novo Dicionário Aurélio, verbete lhe)
Asterisco:
O asterisco (*), palavra que significa estrelinha, é usado; 1)Para remeter a uma nota ou explicação ao pé da página ou no fim de um capítulo; 2)Nos dicionários e enciclopédias, para remeter a um verbete; 3)No lugar de um nome próprio que não se quer mencionar: o Dr. *, o jornal ***.
Parágrafo: É uma unidade auto-suficiente de um discurso, na escrita, que lida com um ponto de vista ou ideia particular. O início de um parágrafo é indicado iniciando-se numa nova linha; por vezes, esta primeira linha é indentada; por vezes ela é indentada sem que se inicie uma nova linha. Ocasionalmente o início de um parágrafo é indicado através de um pé-de-mosca: ¶.Um parágrafo consiste tipicamente de uma ideia, pensamento ou ponto principal que o unifica, acompanhado por detalhes que o complementam. Um parágrafo de não-ficção costuma se iniciar com algo mais geral e avança rumo aos específicos, de maneira a propor um argumento ou ponto de vista. Cada parágrafo constroi sobre o que veio antes, e prepara para o que vem adiante, e pode consistir de uma ou mais orações. Quando o diálogo é citado em obras de ficção, um novo parágrafo é usado cada vez que há uma mudança da pessoa que está sendo citada.
Representa-se com o sinal (§) e serve para indicar um parágrafo de um texto ou artigo de lei.
REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática – da Língua Portuguesa. 35ªedicão; Ed Nacional.São Paulo-1992.p 62-70.
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